História do Timor-Leste
- Mesa Diretora CD 1975
- 27 de ago. de 2018
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O início da colonização portuguesa no Timor-Leste se dá em 1512, com a chegada de mercadores portugueses. A primeira fonte documental européia sobre Timor-Leste é uma carta de 1514 dirigida a Manuel I de Portugal, na qual são mencionados navios que tinham partido para Timor.
Atraídos inicialmente pelo lucrativo comércio de sândalo, os comerciantes e navegadores portugueses interessaram-se pelos recursos naturais, e iniciaram negociação com líderes timorenses, negociando armas, tecidos e instrumentos de ferro.
Os portugueses levaram consigo missionários e disseminaram a religião católica pelo Timor. Além disso, portugueses negros, descendentes de soldados, marinheiros e mercadores, começaram a se estabelecer na ilha, difundindo a cultura portuguesa. Em 1702, com a vinda do primeiro governador português, foi criado o Timor Português com uma organização colonial.

Por mais de 3 séculos Timor não foi alvo de muita atenção por parte de Portugal. Esse quadro só mudou a partir do crescente interesse de outras potências em expandirem seus impérios. Com o intuito de incentivar a economia e a geração de renda nas colônias, Portugal toma medidas para desenvolver econômica e socialmente o Timor-Leste. Essas medidas, porém, mostram-se agressivas a população local, pois se baseavam em trabalho forçado e cobrança excessiva de impostos. Além disso, Portugal também incentivou uma elite urbana nativa, para que assumissem cargos administrativos de confiança.
Portugal e Holanda tiverem, por muitos anos, tensões e conflitos em território timorense. Em 1859, assinaram o Tratado de Lisboa, determinando a divisão de um Timor Ocidental holandês e um Timor Oriental português. Porém, em 1914 um novo acordo é assinado, re-dividindo a ilha.

Durante a Segunda Guerra Mundial, Portugal manteve neutralidade no cenário internacional. Porém, após o ataque a Pearl Harbor, em dezembro de 1941, a ilha foi ocupada pela Austrália e Holanda, que usaram o território timorense como defesa ao avanço japonês. Mediante protestos diplomáticos por parte de Portugal, tropas portuguesas foram enviadas ao Timor.
Em fevereiro de 1942, tropas japonesas invadem o Timor e obrigam sua população a organizar resistência sob forma de guerrilha armada, atuando junto às tropas Aliadas. A partir de então, diversos conflitos geraram a Batalha do Timor, causando a baixa de milhares de civis. Entretanto, no período de um ano o Japão já controlava toda a ilha.
Após o fim da guerra e a rendição japonesa, o governo de Salazar acordou com os EUA cessão de bases aéreas nos Açores em troca de apoio para reconquistar a ilha. Logo a administração portuguesa foi restaurada no Timor. Ainda em 1945, com a independência da Indonésia, a parte ocidental da ilha passava a ser incluída sob seu controle.

A crescente guerra colonial portuguesa na África não atingiu o Timor. Isso se dá, principalmente, pela ausência de sentimentos ou movimentos defensores da independência, uma vez que o domínio português funcionou, ao longo de séculos, como aglutinador de vários povos e defensor da identidade étnica, cultural e política da região face ao expansionismo indonésio.
Em sua Resolução 1514 (XV) de 14 de Dezembro de 1960, a ONU considerou o Timor um Território Não Autônomo sob administração Portuguesa. Apesar de nunca aceito por Salazar e seu governo, com a Revolução dos Cravos Portugal concordou com a independência das colônias ultramarinas, inclusive o Timor Português.
Nesse momento, os primeiros partidos políticos foram criados. Dentre estes, vale citar o ASDT (Associação Social Democrática Timorense), que posteriormente se tornou o FRETILIN (Frente Revolucionária de Timor-Leste Independente) que defendia um período de autonomia gradual, seguido da independência.
Em seguida, foi organizada uma assembléia popular e a nomeação, por Lisboa, de um Alto Comissário com o fim de conduzir o território à independência total. Em 1975 ocorreram as primeiras eleições no Timor, nos quais a ASDT obteve mais da metade dos votos. Nesse período há também maior interferência política da Indonésia, com o suborno de lideranças e campanhas de intimidação, o que gerou um alinhamento de integração e aproximação.

Este texto foi redigido por Lina Stephany, Diretora Assistente do CD 1975.
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